DEUS AJUDA QUEM CEDO MADRUGA
Audiência
de conciliação marcada para hoje as 9 da manhã. Defendendo assistido de
61 anos desempregado - vamos chamá-lo de José - em ação monitória
movida pela CEF cobrando R$ 22 mil.
Levantei
com aquele humor, me arrumei e saí de casa direto pra audiência, lembrando que
havia dito a José para chegar 30 minutos antes para
conversarmos melhor sobre o caso. Quando
cheguei, o segurança do corredor me disse que aquele senhor tinha
chegado as 7 da manhã. Foi primeiro cidadão a entrar no prédio
depois dos funcionários.
Perguntei
por que havia chegado tão cedo, acrescentando que não precisava
tanto. Ele disse que não mora em Brasília e que chegou cedo porque
"Deus ajuda a quem cedo madruga".
José
é pobre, idoso e desempregado, além de ter alguns problemas de
saúde. Eu já sabia que ele não teria condições de fazer proposta
de acordo, mas atender ao chamado da conciliação revela boa-fé e
seria interessante saber até onde a CEF poderia ir na redução do
valor devido.
O
preposto e o advogado da CEF foram super compreensivos, de modo que a
dívida que inicialmente girava em torno de R$ 22.000,00 caiu para R$
3.700,00. Uma
proposta excelente, mas ainda assim inviável, já que o assistido
encontra-se desempregado e sua família não tem condições de
ajudá-lo.
Foi
aí que Deus ajudou quem cedo madrugou. A conciliadora perguntou a
José sobre suas experiências profissionais anteriores e, após,
ofereceu-lhe uma proposta de emprego numa empresa de materiais de
construção. A
proposta foi aceita por um José surpreso e emocionado, num
sentimento que contagiou a todos.
Foi
a melhor audiência de conciliação possível, pois José saiu não
só com um acordo financeiramente excelente, mas também com um
emprego, o que lhe dá uma perspectiva de uma vida mais feliz.
Meus
sinceros parabéns a equipe de conciliação da CEF e, especialmente,
a conciliadora judicial.
De
agora em diante vou sempre me lembrar da lição de José: Deus ajuda
quem cedo madruga. Basta ter fé e fazer por onde.

Faço conciliações na Vara de Família de São João e me sinto muito feliz quando sou reconhecida não como conciliadora, mas como ser humano. Já me falaram para fazer apenas o meu papel, não papel de assistente social. Acho que devemos tratar a todos com respeito, ou seja, tratar os outros como gostaríamos de ser tratados. A cada dia que passa, tenho mais certeza que temos que fazer nosso papel de cidadão, independente do lugar que estivermos, precisamos de uma sociedade mais atenta às necessidades da população local, precisamos prestar um atendimento de excelência... esse é o caminho!!!
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